Nesta segunda-feira (08/10/2018) a empresa multinacional Google anuncia que vai encerrar as atividades de sua rede social, o Google+. No post de hoje vamos entender mais sobre este anúncio e quais os vínculos que pode ter com a nova lei de proteção de dados da União Europeia, a GDPR (Regulamento Geral de Proteção de Dados).
Porque o Google+ vai chegar ao fim?
A renegada rede social Google+ será encerrada oficialmente pela Google após sofrer com uma falha de segurança. A companhia anunciou em seu blog que um bug permitia visualizar informações privadas mesmo em perfis fechados e mais de 500 mil contas podem ter sido afetadas .
Segundo a empresa Google, a falha de segurança não envolvia senhas, mas deixava exposto informações como endereços de e-mails, idades, profissão e gênero em perfis privados. A falha esteve presente na rede social de 2015 até março deste ano, quando foi corrigida.
O bug em questão estava ligado a um API para criação de aplicativos e serviços que foi disponibilizado para diversos desenvolvedores. A Google, porém, não sabe ao certo quantas pessoas podem ter sido afetadas pela falha
Foco empresarial
Devido ao baixo número de usuários e engajamento, a Google também anunciou que está encerrando a rede social. Segundo a companhia, 90% dos usuários do Google+ passam menos de cinco segundos no site.
Durante os próximos 10 meses, o Google+ perderá seu caráter público e se tornará um serviço disponível apenas para usuários corporativos da Google. A companhia até prometeu que, após agosto de 2019, lançará novos recursos voltados para o ramo empresarial dentro da plataforma.
A violação é impactada pela GDPR?
A reação da Google a essa violação de dados de usuários mostra o quanto as empresas temem o público. Mas a ideia de omitir informações se mostrou um tiro que saiu pela culatra. O furo do The Wall Street Journal já provoca enorme estrago para a marca. Apesar do escândalo, no entanto, a Google não deve receber as multas previstas no novo Regulamento de Proteção de Dados (GDPR), da União Europeia, de até 4% do volume de negócios de uma empresa ré, porque corrigiu o bug em março. Ele também se beneficia da comparação como o Facebook, que teve 50 milhões de contas — muito mais que 500.000 — afetadas pelo escândalo da Cambridge Analytica.
O caso que envolve o empresário Americano, Mark Zuckerberg, é um pouco mais grave, a empresa britânica Cambridge Analytica usou testes de personalidade e curtidas no Facebook para coletar dados de usuários do Facebook em 2014. Essas informações revelaram o perfil psicológico completo de 87 milhões de pessoas que passaram a receber propaganda eleitoral altamente personalizada. Com esses dados, a Cambridge agiu para influenciar nos resultados da campanha presidencial dos EUA em 2016, que elegeu Donald Trump. O Brasil também está no meio com 443.117 usuários atingidos. O escândalo emergiu em 17 de março deste ano, depois de um ex-funcionário da Cambridge Analytica, chamado Christopher Wylie, revelar que a consultoria pegava dados das pessoas que fizeram o teste e também de seus amigos sem consentimento.
Qual a lição que podemos tirar das empresas de tecnologia?
Depois do caso do Facebook e agora este da Google, a confiança nas companhias do setor está baixíssima. As empresas de tecnologia coletam uma enorme quantidade de dados de seus usuários, mas suas medidas de segurança muitas vezes são inadequadas. A tecnologia deveria facilitar nossas vidas, mas com com muita frequência, as empresas que coletam dados não estão sendo claras como os usam e não protegem contra hacker’s gerando insegurança generalizada.
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